O Altcore agora é Intermídias!

O Altcore agora é Intermídias!
O Altcore deu lugar a um novo blog, confira. O Intermídias é um espaço para se perceber, analisar e discutir as mudanças que as inovações tecnológicas, e os próprios os meios digitais, trazem à comunicação – em especial à prática publicitária.

O cliente nunca tem razão. O cliente é sem noção.
É você quem tem que levar a razão à ele.


Essas três frases são bastante familiares para aqueles que trabalharam comigo durante o ano passado na Diretoria de Atendimento da Produtora Júnior - UFBA, a Empresa Júnior de Comunicação da FACOM - UFBA. Também é certo que inúmeras variações delas são exaustivamente repetidas nos setores de Atendimento das agências de publicidade de todo o mundo.
Se quer saber o porque de toda essa certeza basta dar um rápida olhada nestes dois vídeos:

Quando o cliente é sem noção...

E porque ele nunca tem razão...
Não entendam mal: não é dito aqui que o cliente é burro - muito longe disso. O ressaltado aqui - em consonância com muitos outros "colegas" de área - é que, antes de tudo, o que se tem é um problema de comunicação a ser resolvido - foi por isso que o cliente procurou a agência, na qual ele encontraria pessoas com as competências necessárias para efetivamente resolver este problema. Assim sendo, é sim necessário escutar o cliente e considerar suas sugestões, mas também é nossa obrigação instruí-lo: se ele tem uma idéia equivocada em relação a algo, há a necessidade de apresentar, explicar e argumentar sobre as razões pelas quais o procedimento não é apropriado para aquela situação - afinal é toda essa bagagem teórica e prática que separa (com um abismo) um profissional de um filho-da-vizinha-que-sabe-usar-o-corel.

O Canha, do blog Digital Paper, colocou um exemplo muito engraçado que não posso deixar de reproduzir aqui:
Já imaginou se você, uma pessoa que não entende poioca de energia elétrica chegasse pro seu eletricista e disesse que os fios da tomada da sua casa deveriam ficar decapados pois “energizam seu lar de forma positiva“?
Não. O cliente não tem sempre razão.
E não é preciso que uma pessoa morra eletrocutada para você convencê-lo disso.

Referências: Make my logo BIGGER, Quando o cliente palpita demais e O cliente nem sempre têm razão.

5 comentários:

Unknown disse...

iannnn!!! o que eh esse segundo video? pelo amor de deus! to chorando de rir ate agora! "the emotionator" hauihaeuiaehueai

Ian Castro disse...

Eu também fiquei rindo muito aqui sozinho :P
E o que o torna mais engraçado ainda é porque, se o cliente pudesse, ele fazia aqui tudo mesmo, sem tirar nem por :P auheaehaehauehaehuaehuaheuae

Ugo B. Mello disse...

Ontem li o post mas não consegui ver os vídeos! =/

Tenho algumas considerações (rápidas):

"Assim sendo, é sim necessário escutar o cliente e considerar suas sugestões, mas também é nossa obrigação instruí-lo: se ele tem uma idéia equivocada em relação a algo, há a necessidade de apresentar, explicar e argumentar sobre as razões pelas quais o procedimento não é apropriado para aquela situação - afinal é toda essa bagagem teórica e prática que separa (com um abismo) um profissional de um filho-da-vizinha-que-sabe-usar-o-corel."

1) É como você disse: o cliente nem sempre sabe (ou 'tem razão') do que quer, no entanto, como podemos
tratar com diversos segmentos de negócios e produtos, é importante saber aproveitar o conhecimento do
cliente sobre seu próprio negócio.

2) Convivendo com uma estudante de Designer aqui no estágio eu pude compreender bastante as problemáticas
que esse profissionais enfrentam no mercado de trabalho. Achei interessante você citar "um profissional de um filho-da-vizinha-que-sabe-usar-o-corel", por que era o que essa minha colega sempre se queixava. No entanto, se formos pensar melhor, o buraco é mais embaixo, já que vários outros profissionais de comunicação, computação e áreas afins acabam trabalhando nessa área (como nós, por exemplo). A pergunta é: até que ponto somos qualificados o suficiente para exercermos uma função de designer? ..(sei que somos estudantes universitários, mas) até que ponto nos diferimos assim do tal filho da vizinha?! =|

É isso! Abraços,

PS: Tô adorando frequentar o altcore! ^^ (assumo que gosto mais da parte de comunicação, publicidade e afins do que de tecnologia - hardware e software)

Ian Castro disse...

Pô Ugão, tente de novo ver os vídeos, são muito bons :P

Eu também tava pensando nisso (no tópico 2), sabe? (Até porque tomei uma queimada de graça de uma designer outro dia :P)
Não cheguei em uma resposta mas olha só que coincidência, acabei de abrir meu e-mail e vi na lista da FACOM:

"URGENTE!!!! CONTRATAÇÃO PARA: DESIGNER GRÁFICO - Designer e Produção gráfica para comunicação de um festival cultural. Grande oportunidade de experiência.
Periodo: 1 mês e meio - março e abril (Um turno) Horário de trabalho a combinar.
Além de ter conhecimentos em programação visual (Corel, Photoshop, etc.) tem que ser próativo e ter perfil de produtor.
Cachê - R$ 600,00"

O buraco é mais embaixo mesmo, mas é tão embaixo que nem dá pra ver direito.
Algumas coisas que eu penso: a galera atrapalha muito designer e artista gráfico. Design não é arte, longe disso. O designer tem uma função muito mais concisa que a do segundo: a funcionalidade. (Monclar que me perdoe porque parte dessa minha afirmação pode ser ignorância estética mas) Uma obra de arte não tem um objetivo, um função em si, ela desperta várias experiências estéticas (ainda que algumas esperadas pelo autor) o design não desperta nada, ele orienta à algum lugar. Instrução é óbvio que temos que ter, mas freqüentar 4 anos de faculdade para sem competente pra fazer um panfleto ou um cartão de visita acho que é exagero - sem contar que é um detrimento da própria formação deles, eu não espero que um designer devidamente formado e pós-graduado, por exemplo, seja aquele meu escravo da agência de publicidade e sim um chefe de design industrial como Jhonny Ive é o da Apple, a segunda pessoa mais importante da empresa, diga-se de passagem.
Alguma instrução o profissional que mexe com design tem que ter, porém, se ele tiver uma formação complementar como em comunicação por exemplo, penso que um curso técnico supre muito bem essa demanda.

Outra coisa é que eles fazem drama demais: que se juntem ao clube. Qualquer filho-da-vizinha-que-sabe-fazer-uma-festinha também pode roubar nosso lugar enquanto produtores culturais. Nem por isso eu dou um tiro em todo mundo que me diz que trabalha com produção cultural. É a vida, é o mercado. Assim como a pessoa do e-mail acima não exigiu que o candidato tivesse formação em Belas Artes as vezes vagas abrem para produtores culturais e experiências prévias são exigidas no lugar de um formação acadêmica.

Anyway, como eu disse não cheguei na resposta. Só levantei alguns pontos :P

Ugo B. Mello disse...

Ian, nêgo, tem outras coisas em jogo:

1) Dentro da área (curso) de Design existem especializações/especialidades. Um designer pode
ser ilustrador (aquele que é comparado mais ao artista) e outro ser webdesigner... enquanto outro
é designer de objetos, de móveis.. e outro é bom em sinalização!

2) Kkkkk.. adorei o "junte-se ao clube"! =P ...Mas é justamente por estarmos numa 'barca' parecida
com a deles é que eu acho que devemos (digamos) respeitar o curso, a área e o profissional, entende?!
A formação em Produção Cultural como no Design são recentes, por isso passam por esses enfrentamentos.
É normal! Mas aos poucos a idéia, a noção, o conhecimento do que são esses cursos e esses profissionais
tem que se fazer conhecidas pela grande maioria (lembro aqui o texto da Prof. Linda Rubim sobre a importância
da personagem Maria Clara Diniz, interpretada por Malu Mader, para a divulgação do profissional de Produção Cultural*)
E para tal as formações nessas áreas tem que ser respeitadas e valorizadas!

3) Até concordo com você que um profissional de Comunicação (ou afim) pode estar apto a trabalhar com
design se ele fizer alguma especialização ou extensão nessa área! Mas, como você mesmo citou, se faz
necessário estudar assuntos dessa área específica que é o Design. Foi com essa mesma colega de estágio
estudante de Design que pude ver quantas são as disciplinas, assuntos e temáticas que eles aprendem para
serem Designers! ..Foi a isso que eu quis me referir a minha pergunta sobre "a que ponto nos diferimos assim
do tal filho da vizinha", entende?! Afinal, não pegamos uma disciplina que trate de sinalização, cores, fontes,
animação gráfica, embalagens, etc etc etc.

Bom, é isso! (de novo =P)

* O livro organizado pela Professora Dra Linda Rubim, da FACOM/UFBA, se chama "Organização e Produção Cultural" (2005) da Coleção SALADEAULA (EDUFBA).